Contra-relógio
Um dos grandes desafios de um estudante universitário, ou de qualquer outra pessoa que tem que dar resposta e lidar com ínfimas tarefas concomitantemente, é a gestão do tempo. Muitas das vezes o problema não é a falta dele, mas sim a maneira como o organizamos, de forma a sermos bem sucedidos academicamente, conseguirmos fazer o que mais gostamos, ter uma vida social satisfatória, que passa por sair com os amigos, aproveitar as quintas académicas, a praxe e sem esquecer e não menos importante, estarmos com a família. Aliás, tudo é importante e a meu ver, o ideal está em não viver só em função do trabalho ou só em função do prazer.
De facto é muito fácil falar, e o que a maioria das vezes acontece, e por mim falo claro, é que de início, quando ainda não sentimos a pressão dos prazos, parece que o que não falta é tempo, e deixamos os dias passar. Num pulo, vemos que as coisas começam a apertar, e começamos a trabalhar, mas rapidamente chegamos à conclusão que devíamos de ter começado mais cedo. Vem a fase do stress, do não saber para que lado virar. A fase daqueles tão típicos problemas em que, após termos decidido finalmente fazer uma determinada tarefa, achar que devíamos de estar a fazer outra na qual também temos que trabalhar. Ou então o tão frequente ato de procrastinar, em que a mente está em todo o lado, e consegue chegar ao ponto de ser tão criativa que a pena é só mesmo, de não ser para o que deve. Em que um objeto ou uma simples parede passa a ser interessante e uma ótima fonte de análise profunda... ficamos assim até "acordarmos" e repararmos que no meio disto tudo, mais tempo foi desperdiçado, volta a vir o stress e o ciclo repete-se.
Após esta análise, concluímos ser um bocado impossível atingir aquele ideal, não? A verdade é que podemos fazer determinadas coisas que nos ajudam a torna-lo possível. Passa por estabelecermos objetivos a nós mesmos a curto prazo, e acima de tudo, focarmo-nos em pleno no que estamos a fazer, seguindo a ideologia do 'mindfulness'. Quando é para trabalhar em determinada tarefa, concentramo-nos ao máximo nela e desligamos das outras. Isto aplica-se não só ao estudo, não só ao trabalho, mas também a uma saída à noite, a um almoço com os amigos ou a um dia de praxe, de forma a tirarmos o máximo proveito daquilo que estamos a fazer. Não estarmos num sítio a pensar que podíamos estar noutro, vivermos o presente. Bastante importante, e muitas vezes desprezado, é o exercício físico. Ele é uma forte arma contra a ansiedade, e ajuda-nos na rentabilização do estudo e na melhoria da concentração.
No fim, vemos que até foi possível e à medida que vamos atingindo os nossos "pequenos" objetivos, vamos sendo felizes e pessoas concretizadas!
Texto: Diana Lia Oliveira
Créditos imagem: annca