O Apocalipse da despreocupação

17-04-2018

São vários e cada vez mais crescentes os problemas de saúde que persistem na sociedade actual. Estudos recentes têm vindo a demonstrar que as resistências aos antibióticos são cada vez maiores e, a continuarmos a este ritmo, prevê-se que daqui a uma dezena de anos, os problemas relacionados com a resistência a antibióticos venham a matar mais que o próprio cancro, que tem sido a "doença da moda", já que, actualmente, é a maior causa de morte. É impressionante o quanto o ser humano consegue desenvolver determinadas tecnologias e o quanto já conseguimos evoluir como espécie, só nos últimos 50 anos e, ainda assim, doenças como o cancro matam cada vez mais e de forma cada vez mais descontrolada, sem haver qualquer tipo de cura. Será a mudança de hábitos alimentares a causadora destas percentagens de morte? Será o constante ataque à Natureza, com a crescente poluição que se tem vindo a notar ao longo dos anos? Ou será apenas o egocentrismo de uma espécie que tanto quer evoluir e, no fim de contas, se está apenas a autodestruir, aos poucos e poucos, devido à sua crescente e voraz ganância em querer sempre a superioridade relativamente ao seu semelhante? Será que é mito que a indústria farmacêutica já desenvolveu, na verdade, a cura para o cancro, mas os lucros são maiores se não houver resolução para esta tão afamada doença? A verdade é que jamais teremos uma resposta concreta a todas estas questões e outras tantas que se levantam, e a verdade também é que o ser humano tem, cada vez mais, de lidar com os crescentes problemas de saúde que têm vindo a surgir, antes que seja tarde mais.

O facto é que são os próprios hábitos do ser humano, tal como o uso e abuso de antibióticos, que têm vindo a acelerar este problema de resistência aos antibióticos, por exemplo, já que somos uma espécie que, tal como qualquer outra, tem a capacidade de desenvolver mecanismos de adaptação, o que faz com que os antibióticos deixem de surtir o efeito pretendido. A tornar-se verdade o veredicto dos cientistas relativamente a este assunto, poderemos ter de enfrentar, daqui a uns anos, problemas ainda maiores do que o já tão complexo cancro.

É a nós, seres humanos, que nos compete, então, reverter estas tendências. Pôr as mãos na consciência e pensar em mudar os nossos valores, assim como os nossos hábitos, tentando lutar por uma sociedade melhorada, em que a união, num todo, prevalece maioritariamente. Compete-nos a nós lutar por uma igualdade dos serviços prestados. Compete-nos a nós ajudar a melhorar a vida do próximo. Compete-nos a nós sermos justos nas escolhas que fazemos e preterir a verdade, ao invés da hipocrisia. Compete-nos a nós lutar pelos nossos direitos. É hora de pensarmos mais no futuro e no que ele nos poderá trazer, ao invés de estagnarmos no presente. É hora de mudarmos, para que um dia mais tarde não nos venhamos a arrepender do que não fizemos e tenhamos sempre a consciência tranquila de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, ao sobrevivermos a mais uns quantos obstáculos que nos foram apresentados. É hora de escolher viver e não nos resignarmos apenas com o sobreviver. E tem de ser AGORA. 


Texto: Márcia Teixeira

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