XXII Fórum Farmacêutico AEFFUP

23-04-2018


No passado dia 20 de Março, a nossa Faculdade de Farmácia do Porto foi presenteada com a vigésima segunda edição do Fórum Farmacêutico, habitualmente organizado pela AEFFUP (Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia do Porto). O evento recebeu vários oradores ao longo do dia e foi agraciado com a presença de uma plateia repleta de entusiasmo.

A sessão foi iniciada pelo Prof. Dr. Carlos Maurício Barbosa, que ativamente participa no Fórum, ano após ano, e que introduziu o tema central "Lei de Bases da Saúde", tendo o colóquio continuado com a palestra do Dr. Bruno Macedo, que abordou essencialmente o papel do farmacêutico e indústria farmacêutica em Portugal, assim como a melhor forma de viabilizar a "Nova Lei de Bases da Saúde", assentando num "Sistema Nacional de Saúde equitativo, sustentável, universal, geral e tendencialmente gratuito" e deixando o seu parecer em como "Portugal não gasta assim tanto em saúde, necessita é de organização e team work". Em seguida foi a vez da Dra. Clara Carneiro introduzir o seu discurso, ao realçar que o papel do farmacêutico abrange muitas mais áreas, para além das óbvias, tomando como exemplo o trabalho do Dr. Bruno Macedo, que ocupa neste momento o cargo de Gestor de Projetos da Fundação Calouste Gulbenkian. A Dra. Clara prosseguiu com o seu elóquio, defendendo que, "volvidos 30 anos, nem todos os objectivos da Lei de Bases estão cumpridos, havendo necessidade de o fazer e reforçar o envolvimento do cidadão", salientando que "um orçamento a longo prazo seria uma melhor opção comparativamente a orçamentos anuais" e levando a cabo a ideia de que uma "Lei de Programação" seria o ideal para a resolução de problemas como estes. Posteriormente, o evento contou com a presença do Dr. João Coimbra, que veio defender a perspectiva dos médicos, salientando "a forma desinteressada do SNS em lidar com todos os profissionais de saúde", reforçando que a "falta de formação após o curso é prejudicial, havendo uma equidade global no acesso aos serviços de saúde, mas uma falta de qualidade prestada".

Da parte da tarde foram abordados diversos temas, entre os quais a dispensa de antirretrovíricos em Farmácia Comunitária, pela Dra. Anabela Madeira, que defende que "a dispensa retrovírica não é prioridade da Farmácia Comunitária, mas sim do hospital, pelo que deve haver primeiramente um agendamento". Outro dos tópicos cruciais versado pela Dra. Anabela Madeira foi acerca do "Programa de Troca de Seringas", cujo lema "Diz não a uma seringa em segunda mão" assenta em vários pressupostos, como a prevenção da transmissão endovenosa e o evitamento da partilha de seringas e agulhas, havendo a necessidade de divulgar mais informação acerca de doenças contagiosas e potencialmente transmissíveis, como o HIV. Foi também destacada a importância das farmácias relativamente a este assunto, já que estas são a favor de um programa de "troca por troca", prevenindo a existência de seringas usadas em circulação. O projecto "Safe" foi também tema deste colóquio, desta feita pelo Dr. Gil Fonte, e garante o acesso ao medicamento através de uma rede profissional de saúde mais articulada e eficiente, encontrando-se ativo apenas para medicamentos que se inserem na "lista positiva", tendo o inconveniente de apenas se encontrar disponível no distrito de Bragança. Este projecto suporta a entrega domiciliária do medicamento e permite saber quais as farmácias mais próximas que têm o medicamento necessário, permitindo ao utente um maior acompanhamento e uma melhoria do serviço que lhe é prestado pelo farmacêutico. Esta vigésima segunda edição deu-se por finalizada com a realização de trabalhos em grupo, seguindo o "Modelo Prós e Contras", em que foram apresentadas as conclusões e opiniões de cada grupo acerca dos temas tratados ao longo do dia.

 


Texto: Márcia Teixeira

Fotos: Núcleo de Comunicação AEFFUP

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